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Postado dia 04/08/2016 às 08:48:38

“É bom fazer o bem!”

Gratidão a Deus e a D. Getúlio Teixeira Guimarães, SVD, nos seus 50 anos de sacerdócio.

 

 

A Congregação do Verbo Divino, a Diocese de Cornélio Procópio e a cidade de Cipotânea, MG estão em festa pelos 50 anos de sacerdócio bem vividos por D. Getúlio Teixeira Guimarães, 35 dos quais através do ministério episcopal. P. Getúlio teve como primeiro destino missionário a província Sul do Brasil, embora tivesse nascido em território da província SVD Brasil Norte. No dia 8 de julho de 1966 o P. Superior Geral Joao Schùtte comunicava ao então provincial P. José Couto Mota que o P. Getúlio Teixeira Guimarães fora nomeado à província Brasil Sul, que na época compreendia também o estado de São Paulo.

Como conterrâneo, amigo e confrade quero expressar minha alegria e admiração por este grande pastor e mestre espiritual. Eu tinha apenas 5 anos de idade quando ele foi ordenado sacerdote em Barbacena, no dia 4/08/1966. Passei parte da minha juventude escutando o seu nome, motivo de admiração dos conterrâneos, assim como de seu outro irmão, Mons. José Justiniano Teixeira, pároco por 55 anos na paroquia de Senhora de Oliveira, MG. A fé de seus pais Sr. Antônio Justiniano Teixeira e dona Corina Teixeira Guimarães também era fruto da admiração do povo de Cipotânea. “Pelos frutos se conhece a arvore”, repetiriam os idosos de Cipotânea, fazendo alusão ao versículo bíblico.

Um dos episódios que marcou minha infância foi escutar um jovem padre pregador durante a festa de São Caetano em Cipotânea, explicar com grande eloquência aos meninos as parábolas de Jesus, entre elas a linda estória do Bom Samaritano. Anos mais tarde, consultando os livros da paroquia, dei-me conta que se tratava do jovem missionário do Verbo Divino P. Getúlio Teixeira que, em 20.12.1980 seria nomeado bispo auxiliar de Ponta Grossa e em 26.03.1984 bispo titular de Cornélio Procópio, PR. Mais tarde, quando me tornei também eu missionário do Verbo Divino, fui ordenado presbítero por ele, na cidade de Barbacena em 03/12/1988.

Como fiz uma trajetória de formação parecida à dele, iniciando na tenra idade o período de formação no Instituto Missionário S. Miguel, Borda do Campo, Antônio Carlos, MG, posso destacar a perseverança no caminho vocacional como uma de suas primeiras virtudes. Pouco a pouco os outros dons como a simplicidade, a amizade, o amor ao trabalho e a seriedade com que assumia todas as tarefas a ele confiadas foram se fazendo carne através de seu zelo pastoral como pároco, formador, “quase provincial” e bispo.

O numero 1 do boletim interno Arnoldus Nota (Janeiro-Fevereiro de 1981), da Congregação do Verbo Divino define sua nomeação episcopal como um ‘sequestro’. Assim vem expresso em nossas crônicas: “No dia 29 de dezembro, um dia antes que tomasse posse como provincial da província brasileira Brasil Sul, P. Getúlio Teixeira Guimarães foi ‘sequestrado’, sem nenhuma esperança de retorno à SVD. O ‘sequestro’ foi anunciado pela radio Vaticano nas primeiras horas da tarde do dia 29. Motivo do ‘sequestro’: a necessidade de um Bispo Auxiliar em Ponta Grossa. O ‘neo-auxiliar’, de 43 anos de idade, recebeu a ordenação sacerdotal em 1966, passando seus primeiros anos como pároco no Rio Grande do Sul e em Foz do Iguaçu, durante os quais dedicou atenção especial à formação de leigos e a instrução religiosa da juventude. No ano anterior havia sido nomeado reitor do Seminário Verbo Divino em Ponta Grossa e, logo em seguida, Provincial, carreira que foi interrompida pelo mencionado ‘sequestro’”.

Como todos os que levam a serio os talentos recebidos de Deus, D. Getúlio não mediu esforços, no decorrer dos anos, para desenvolvê-los e aperfeiçoá-los. Muitos deles eram já descritos nas crônicas do período de formação, conforme relato de seu mestre de noviços P. Zacharias Carboni, no ano de 1960: “é um dos colegas mais estimados do curso. No seminário menor onde o sênior geral era eleito pelos próprios alunos, a eleição recaiu sobre ele por três vezes consecutivas. É pratico: eletricista, marceneiro, etc. Quando se lhe confia um trabalho não espera que se insista para o realizar; sente-se responsável. Modesto não faz alarde de suas qualidades. Respeitoso e sincero com os superiores. Interessado pelo bem da turma. Piedade boa e solida.”

Os mesmos elogios são confirmados por um de seus formadores, o P. Octavio Vinicius Roscoe, prefeito dos teólogos em Santo Amaro, SP, no ano de 1964: “Tem piedade profunda e grande fidelidade na vocação. Destacou-se na dedicação às missões, principalmente nos trabalhos no secretariado da Cruzada Missionaria de Estudantes e na gerencia da revista “Estudantes Missionários”, onde gastou horas e horas de trabalho silencioso e constante. Tem ótima capacidade de trabalho seja intelectual, seja manual. É de grande habilidade, disponível para tudo e todos. Muito caridoso, ótimo confrade, mostra grande espirito apostólico nos trabalhos que tem: explicação de missa, coroinhas, etc.” Outro de seus prefeitos, o conhecido Verbita P. Edênico Valle o recomendava para o trabalho na formação e os estudos de pedagogia, tarefas que ele desenvolveu com grande empenho, mesmo sem ter tido o tempo adequado para tal formação.

No dia 26/03/2014, o Papa Francisco aceitou o pedido de renuncia de D. Getúlio. Num testemunho profundo de eclesialidade, o novo bispo de Cornélio Procópio D. Manoel João Francisco acolheu com alegria a sua permanência na diocese, onde D. Getúlio continua oferecendo suas energias ao povo que o acolheu com grande afeto e a quem aprendeu a amar com um coração de pai. “Pastor com cheiro de ovelha” como diria o Papa Francisco, a sua dedicação ao ministério é confirmada pela proximidade e a imensa manifestação de carinho que recebe de todos que o rodeiam. O lema episcopal escolhido por D. Getúlio “Qui Pertransiit Benefaciendo” (Que passou fazendo o bem), faz-se vivo no testemunho de todos os que tiveram o privilegio de conviver com ele mais de perto. Esses 50 anos de sacerdócio e os 35 de episcopado nos fazem exclamar: “é bom fazer o bem!”. Como Pastor zeloso, D. Getúlio incentivou o surgimento de vocações e não se cansou de convidar os leigos a assumirem o seu protagonismo na vida da Igreja. Obrigado D. Getúlio, por seu testemunho fecundo de pai, pastor e amigo. Cipotânea, Cornélio Procópio, nós do Conselho Geral, as províncias brasileiras e a região Amazônica da Congregação do Verbo Divino, cheios de jubilo, celebramos com o senhor este grande momento de ação de graças.

 

  1. Arlindo Pereira Dias, svd

Conselheiro Geral da Congregação do Verbo Divino

Roma – Itália

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