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Postado dia 02/09/2019 às 08:20:35

Por que o Papa Francisco convocou o Sínodo para a Amazônia?

O Papa Francisco convocou para os dias 06 a 27 de outubro deste ano, a Assembleia com os bispos do mundo para discutir o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. O Pontífice já havia antecipado o assunto antes mesmo da atual crise ambiental brasileira discutida pelos principais países. Os bispos buscarão soluções pastorais para ajudar o Papa no governo da Igreja.

Nas palavras do Papa, o objetivo é “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, e também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para o planeta. Que os Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”.

Em 2018, durante o encontro com povos indígenas de quase todos os países da Amazônia, o Papa Francisco falou da riqueza da cultura e da diversidade indígena, a necessidade de defender a Amazônia e seus povos e, perceber as ameaças dos interesses econômicos, numa perspectiva da “ecologia integral”, onde o homem, a natureza e os animais relacionam-se entre si. A floresta amazônica cobre boa parte do noroeste do Brasil e se estende até a Colômbia, o Peru e outros países da América do Sul, é a maior floresta tropical do mundo, famosa por sua biodiversidade, atravessada por milhares de rios, entre eles o grandioso rio Amazonas.

Será um Sínodo para conhecer a riqueza do bioma, os saberes e a diversidade dos povos da Amazônia, suas lutas, seus sonhos e esperanças. Reconhecer as lutas e resistências dos povos da Amazônia nos mais de 500 anos de colonização. E defender a Amazônia, seu bioma e seus povos ameaçados em seus territórios, injustiçados, expulsos de suas terras, torturados e assassinados nos conflitos agrários e socioambientais, humilhados pelos poderosos em grandes projetos equivocadamente desenvolvimentistas, capitalistas e não sustentáveis.

As reflexões do Sínodo para a Amazônia vão superar o aspecto eclesial, serão relevantes para o futuro do planeta, farão pontes com a Bacia Fluvial do Congo, corredor biológico mesoamericano, florestas tropicais da Ásia Pacífica e Aquífero Guarani, entre outros. É um assunto atual e despertará a atenção do mundo, principalmente da ciência e das instituições ambientais.

Nós, cristãos, devemos nos preocupar com a natureza e a Criação, com as injustas decisões políticas e econômicas brasileiras e internacionais.

 

Yassuo Curiaki                     

Coordenador do Grupo Fé e Política UBUNTU


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