Artigos de Dom Manoel João Francisco Dom Manoel João Francisco - Bispo Emérito

Postado dia 09/05/2019 às 15:11:50

Mensagem para o dia mundial de oração pelas vocações

No próximo dia 12 de maio, quarto domingo da Páscoa, vamos celebrar o 56º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, instituído pelo Papa São Paulo VI em 1964. Naquela oportunidade o Papa enviou uma mensagem em que convocava os católicos do mundo todo a rezarem em pró das vocações.
                     “Neste domingo, que na liturgia Romana toma do Evangelho o nome de Bom Pastor, se unam num único anseio de orações as fileiras generosas dos católicos de todo o mundo para invocar ao Senhor os operários necessários para a sua messe. E para que este Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas tenha aquele ecoar merecido, desejamos dirigir a nossa palavra de estímulo a todos os nossos filhos diletíssimos, a fim de que nenhum falte a um dever tão grave e de tanta generosidade”.
                     Escrever uma mensagem, motivando a celebração deste dia, passou a ser uma tradição. Também neste ano o Papa Francisco enviou uma mensagem com o tema: “A coragem de arriscar pela promessa de Deus”.
                     No início, o Papa recorda dois grandes eventos que aconteceram recentemente na Igreja: O Sínodo sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” em outubro do ano passado e a “Trigésima Quarta Jornada Mundial da Juventude, em janeiro deste ano, no Panamá.
                     O Papa continua sua mensagem dizendo que na história de cada vocação, acontece um encontro. “Sucedeu assim com a pessoa que escolhemos para compartilhar a vida no matrimônio, ou quando sentimos o fascínio da vida consagrada: vivemos a surpresa de um encontro e, naquele momento, vislumbramos a promessa duma alegria capaz de saciar a nossa vida”.
                     Segundo o pensamento do Papa, a pessoa vocacionada faz uma profunda experiência de liberdade. Liberta-se do banal e já não se deixa mais arrastar pela inércia dos hábitos de todos os dias, nem se sente paralisada diante dos desafios que a vida lhe apresenta. No dizer do Papa, “O Senhor não quer que nos resignemos a viver o dia a dia, pensando que afinal de contas não há nada por que valha a pena comprometer-se apaixonadamente”.
                     A vocação, portanto, pede da pessoa, coragem e disposição para viver uma verdadeira aventura. Como no evangelho: “Sentindo-se chamados por Jesus a tomar parte num sonho maior, os primeiros discípulos, «deixando logo as redes, seguiram-no» (Mc 1, 18). Isto significa que, para aceitar a chamada do Senhor, é preciso deixar-se envolver totalmente e correr o risco de enfrentar um desafio inédito; é preciso deixar tudo o que nos poderia manter amarrados ao nosso pequeno barco, impedindo-nos de fazer uma escolha definitiva; é-nos pedida a au dácia que nos impele com força a descobrir o projeto que Deus tem para a nossa vida. Substancialmente, quando estamos colocados perante o vasto mar da vocação, não podemos ficar a reparar as nossas redes no barco que nos dá segurança, mas devemos fiar-nos da promessa do Senhor”.
                     Todas as vocações têm sua própria importância. Por isso, em sua mensagem, o Papa volta o seu pensamento para a “opção de se casar em Cristo e formar uma família, bem como para as outras vocações ligadas ao mundo do trabalho e das profissões, o compromisso no campo da caridade e da solidariedade, as responsabilidades sociais e políticas, etc.” No pensamento do Papa, estas “vocações nos tornam portadores de uma promessa de bem, amor e justiça, não só para nós mesmos, mas também par a os contextos sociais e culturais onde vivemos, que precisam de cristãos corajosos e testemunhas autênticas do Reino de Deus”.
                     No entanto, no mundo das vocações, é preciso ter uma atenção especial à vocação ao sacerdócio ordenado. “Trata-se de uma descoberta que entusiasma e, ao mesmo tempo, assusta, sentindo-se chamado a tornar-se «pescador de homens» no barco da Igreja através de uma oferta total de si mesmo e do compromisso de um serviço fiel ao Evangelho e aos irmãos. Esta escolha inclui o risco de deixar tudo para seguir o Senhor e de consagrar-se completamente a ele para colaborar na sua obra. Muitas resistências interiores podem obstacul izar uma tal decisão, mas também, em certos contextos muito secularizados onde parece não haver lugar para Deus e o Evangelho, pode-se desanimar e cair no cansaço da esperança”. E, todavia, continua o Papa, “não há alegria maior do que arriscar a vida pelo Senhor!”. 
Por fim, conclama de forma bem direta: “Particularmente a vós, jovens, gostaria de dizer: não sejais surdos à chamada do Senhor! Se Ele vos chamar por esta estrada, não vos oponhais e confiai nele. Não vos deixeis contagiar pelo medo, que nos paralisa à vista dos altos cumes que o Senhor nos propõe. Lembrai-vos sempre que o Senhor, àqueles que deixam as redes e o barco para o seguir, promete a alegria de uma vida nova, que enche o coração e anima o caminho”.


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