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Postado dia 01/02/2018 às 09:24:58

Reflexão da Semana - CEBs "tempo de graça"

Na semana passada de 23 a 27 de janeiro, aconteceu em Londrina o 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Foi um tempo de graça, ou como dizem os teólogos um kairós. Participaram 3.300 delegados vindos de todos os recantos do Brasil, de alguns países da América Latina e da Europa. Todas essas pessoas foram acolhidas de braços abertos e sorriso largo por 1.800 famílias de Londrina e cidades vizinhas.

         Intereclesial de CEBs é um encontro que acontece de 04 em 04 anos. O último foi em Juazeiro do Norte, na diocese de Crato (CE) em 2014. O próximo será em Rondonópolis (MT) em 2022. Esses encontros reúnem representantes das Comunidades das diversas Dioceses do Brasil e pessoas convidadas de outros países, de outras Igrejas cristãs, de indígenas, de outras religiões não cristãs e de movimentos e organizações populares e sociais. Consiste em celebrações, reflexões, estudo e avaliação da caminhada das Comunidades Eclesiais de Base. O Intereclesial é também um momento privilegiado de posicionamento diante da realidade conjuntural, social, econômica, política e eclesial, vivida e sofrida pelo povo.

         Na celebração de abertura, no dia 23, foi lida uma carta do Papa Francisco assinada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano. O Papa diz que deseja manifestar aos participantes vindos de todos os recantos do Brasil “a sua palavra de estímulo e bênção”. Deseja também que as Comunidades Eclesiais de Base tragam aos desafios do mundo urbano “um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja” (EG 29). Referindo-se ao lema do encontro: “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7-8), o Papa faz o seguinte comentário: “Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo, enviando Moisés para salvar o povo hebreu da escravidão do Egito e, na plenitude dos tempos, enviando o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para nos libertar da escravidão do pecado e da morte”. O Papa encerra sua mensagem invocando “do Altíssimo a abundância dos seus dons e luzes sobre todos os presentes, de modo que, ouvindo o clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão, as Comunidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana – sempre em comunhão com a realidade paroquial e com as diretrizes da Igreja local – capaz de vir ao encontro dos terríveis efeitos da cultura do “descarte”, que leva tantos irmãos e irmãs a viverem excluídos, numa exclusão que fere na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder, já não está nela, mas fora”.

         Todos os dias, iniciavam-se os trabalhos com a celebração da manhã. Foram celebrações muito bem preparadas e conduzidas. As pessoas eram envolvidas com os cantos, as encenações e a proclamação da Palavra de Deus.

         Na sexta feira à noite aconteceu a celebração dos Mártires e Defensores da vida. Foi outro momento de grande densidade espiritual em que se sentiu muito forte a presença de Deus.

         No final da celebração de encerramento, dom Severino Clasen, Bispo de Caçador (SC) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, em nome dos 60 Bispos presentes no encontro, leu uma carta que expressa a alegria deles ao constatarem que os encaminhamentos feitos “expressam sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”.  Os bispos testemunham também “a espiritualidade e vitalidade das CEBs, manifestadas nos momentos vibrantes de oração e celebração”. Na sequência afirmam que sentem pulsar muito forte em seus corações “o apelo de Deus para continuarem acompanhando, avaliando e apoiando o desenvolvimento das CEBs, com o compromisso de serem, em comunhão com Cristo, uma Igreja misericordiosa, profética e missionária, dedicada à formação, especialmente de cristãos leigos e leigas, como sujeitos na vida eclesial e social (Doc. 105 da CNBB).

         Como acontece em todos os Intereclesiais, o 14º Intereclesial também enviou uma carta a todas as comunidades. Começa dizendo que diante dos clamores e desafios apresentados os participantes do Encontro se sentiram como Moisés, na sarça ardente, convocados por Deus “para libertar o seu povo do sistema de escravidão que aprisiona os corpos e coloniza as mentes”. No final faz esta afirmação: “Nunca podemos nos esquecer de que as comunidades cristãs nasceram no meio dos pobres, como um grito de esperança e lugar de relações igualitárias e inclusivas”.

         Pelo bom êxito do14º Intereclesial das CEBs realizado na semana passada aqui na Arquidiocese de Londrina, gratidão e louvores a Deus. Às lideranças, um verdadeiro exército de colaboradores, a nossa prece para que sejam abundantemente recompensadas.


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