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Postado dia 11/01/2018 às 07:40:21

"Dia Mundial dos Enfermos" - Reflexão da Semana por Dom Manoel

O Dia Mundial dos Enfermos foi instituído pelo Papa São João Paulo II, no dia 11 de fevereiro de 1992, data em que a Igreja recorda Nossa Senhora de Lourdes. A primeira celebração ocorreu no dia 11 de fevereiro de 1993. Naquela oportunidade o Papa escreveu que este dia deveria ser “um momento forte de oração, de partilha e de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”.

         Todos os anos o Papa envia uma mensagem com reflexões e exortações a respeito do tema. Para este ano, a mensagem foi publicada no dia 12 de dezembro, mas datada no dia 26 de novembro de 2017.

         O Papa escolheu como texto bíblico motivador as palavras de Jesus elevado na Cruz à sua Mãe e ao discípulo João: “Eis o seu filho! (...). Eis a sua Mãe! Daquela hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,26-27)

         No pensamento do Papa, “estas palavras do Senhor iluminam profundamente o mistério da Cruz.(...). Em primeiro lugar, dão origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade. Ela, Nossa Senhora, será, de uma forma particular, a mãe dos discípulos do seu Filho e cuidará deles e do seu caminho. E, como sabemos, o cuidado materno dum filho ou duma filha engloba tanto os aspetos materiais como os espirituais da sua educação. O sofrimento indescritível da cruz trespassa a alma de Maria (cf. Lc 2, 35), mas não a paralisa. Pelo contrário, lá começa para Ela um novo caminho de doação, como Mãe do Senhor. Na cruz, Jesus preocupa-se com a Igreja e toda a humanidade, e Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação”.

Em segundo lugar o Papa lembra que “João, como discípulo que partilhou tudo com Jesus, sabe que o Mestre quer conduzir todos os homens ao encontro do Pai. Pode testemunhar que Jesus encontrou muitas pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf. Jo 8, 31-39), e doentes no corpo (cf. Jo 5, 6). A todos, concedeu misericórdia e perdão e, aos doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino, onde se enxugam todas as lágrimas”. João, na passagem citada pelo Papa, representa todos os discípulos, ou seja, a comunidade dos seguidores de Jesus. Por isso, “toda a comunidade dos discípulos fica envolvida na vocação materna de Maria”.

“Esta vocação materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes concretizou-se, ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a favor dos enfermos”.

Em nossa Diocese de Cornélio Procópio a Associação Filantrópica Humanitas, fundada e mantida desde 1977, pelo grande missionário japonês Padre Haruo Sasaki é uma dessas iniciativas. Referência no Estado do Paraná e nos Estados vizinhos, no tratamento da hanseníase e doenças de pele em geral, a Humanitas oferece serviços com padrão de universidade. A maioria das pessoas ali atendidas são extremamente pobres. Não teriam para onde recorrer se não fosse o trabalho da associação,

 Hoje a Associação Filantrópica Humanitas está sendo administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus que continua com a mesma proposta e a mesma eficiência do fundador Padre Sasaki, atendendo mensalmente uma média de 1.200 pacientes.  Além da Humanitas, em nossa Diocese existem outras entidades que atendem os irmãos doentes, como por exemplo, a Associação Filantrópica Dom Getúlio que atende presidiários e ex-presidiários com problemas psiquiátricos.

Esta história de dedicação não deve ser esquecida. Precisa ser lembrada continuamente, a fim de nos imunizar contra a “mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres”. No trabalho em favor da saúde, a Igreja sempre procurou respeitar o doente na sua dignidade, colocando-o no centro do processo terapêutico. Deste princípio, o discípulo de Cristo não poderá jamais desviar-se, também quando trabalha em hospitais públicos “onde é chamado a dar, através de seu serviço, o bom testemunho do Evangelho”.

O Papa encerra sua mensagem confiando a Nossa Senhora todos os doentes no corpo e no espírito para que os sustente na esperança. Em seguida dirigindo-se aos fiéis escreve: “A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde”.


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