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Postado dia 29/09/2017 às 10:01:15

Frei Luiz Carlos Susin presta assessoria na Diocese

O Frei Luiz Carlos Susin, assessora o Clero Diocesano nesta sexta-feira(29)  com atividade de formação, na cidade Uraí. O Frei aborda o tema compreender para evangelizar, retratando diretamente a condição urbana.  A capacitação também é voltada aos leigos, que no domingo passarão pelo curso.  

 

 

Saiba mais sobre o Fre Luiz Carlos Susin

 

Nasci em Caxias do Sul, na serra gaúcha, em 1949, há 66 anos. Terra de trabalho e religião, lá não me foi difícil descobrir, desde criança, o caminho do seminário dos capuchinhos. A maior virtude do seminário, além da disciplina, foi o tempo para leituras.

O Concílio Vaticano II obrigou a ler ainda mais, buscar mais, enquanto a ditadura obrigava a ser experto. Foi assim que me apaixonei primeiro pela filosofia e depois pela teologia. O resultado disso foi a descoberta de um pensamento que poderia superar as vaidades intelectuais e ajudar a pensar a transformação da realidade social em sintonia com a preocupação da Teologia da Libertação com a qual coincido desde o começo: o pensamento do judeu francês Emmanuel Lévinas, sobre o qual fiz minha tese de doutorado na Universidade Gregoriana em Roma, e procurei introduzir com um longo texto no Brasil: “O homem messiânico – Uma introdução ao pensamento de Emmanuel Lévinas”.

Depois disso me ocupei muito com aulas, o que até hoje é central no meu trabalho: quando estou em sala de aula, esqueço qualquer cansaço e qualquer outra coisa no mundo. Mas a leitura continuou, a pesquisa, a elaboração de textos, a orientação de alunos, os compromissos de Mestrado e agora também de Doutorado na Puc de Porto Alegre.

Também não faltaram as assessorias, no Brasil e fora dele, sobretudo à CRB, com o curso do CETESP e outros. Participei do processo de fundação da SOTER, a Sociedade de Teologia e Ciências da Religião, o que me possibilitou começar um caminho de trabalho em rede com tantos e tantas colegas, Brasil afora. Aprendi a ser irmão de meus colegas em teologia por este Brasil. Como presidente da Soter e editor de suas publicações, ganhamos, em 2000, Soter e Paulinas, o prêmio Jabuti na área de literatura religiosa com o livro Mysterium Creationis ¬ um olhar interdisciplinar para o universo.

Outros livros tiveram boa aceitação na linha de um conselho que recebi de um mestre em Roma: escrever e pesquisar segundo as necessidades dos leitores e não segundo as meras intuições e conclusões de pesquisas. Portanto, mesmo quando assusta e cansa uma agenda tão sacudida pelas demandas mais variadas que obrigam a trabalhar em direções tão diversas, e cujo resultado final é “especialização em generalidades”, na verdade me parece que este é o caminho da fecundidade: ir ao encontro do que os outros pedem, perguntam, questionam.

Por isso também me acostumei a participar de debates os mais complexos e na forma de contraditório: tendo sempre alguém contrário ao meu pensamento à mesma mesa de debate, seja nos meios de comunicação, seja na universidade, e até entre alunos. Isso está me treinando para um diálogo exigente e também para uma hospitalidade cordial da diversidade de pensamentos e convicções.

Como em Porto Alegre nasceu o Fórum Social Mundial, e com ele acabou nascendo também o Fórum Mundial de Teologia e Libertação, fui gentilmente obrigado a assumir a responsabilidade de Secretário Geral para coordenar a presença de teólogos e teólogas junto ao Fórum Social Mundial.

Além dos cursos intensivos em Bogotá, junto ao Instituto de Pastoral do CELAM, e em Roma, junto ao Instituto de Espiritualidade Franciscana da Universidade Antoniana, o Fórum Mundial me estimulou a ir adiante internacionalmente, tecendo contatos com colegas de variados países ao redor do mundo, obrigando-me a uma postura realmente global.

Ao ser chamado para trabalhar na Equipe de Redação da Revista Internacional de Teologia Concilium, editada até hoje em seis línguas simultaneamente, precisei não só alargar, mas agora também aprofundar internacionalmente meu pensamento e teologia, trabalhando e produzindo em equipe com um grupo herdeiro dos grandes peritos do concílio Vaticano II. Tenho presente que este trabalho em teologia é um ministério à fé da Igreja e também um ministério que, com a fé da Igreja, devo prestar à sociedade em sua diversidade inclusive de convicções. O que é bom sempre serve. 


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