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Postado dia 23/10/2020 às 15:30:50

CNBB MANIFESTA SOLIDARIEDADE À IGREJA NO CHILE PELOS TEMPLOS PROFANADOS NO ÚLTIMO DIA 18 DE OUTUBRO

No último domingo, 18 de outubro, o mundo assistiu a impactantes ataques de manifestantes a duas emblemáticas igrejas do centro de Santiago, capital do Chile. Por volta das 18h os bombeiros receberam ligações alertando sobre o início do incêndio provocado no interior da paróquia da Assunção. Concomitantemente tentaram atender a conflagração provocada na igreja São Francisco de Borja, capela dos carabineros do Chile.

Em declaração, emitida dia 18 de outubro, a Conferência Episcopal do Chile afirmou que a violência não pode intimidar o desejo de justiça para o país. “Temos contemplado com tristeza as agressões, saques e o ataque a lugares de oração, espaços sagrados dedicados a Deus e ao serviço solidários às pessoas”, afirmaram.

Os bispos chilenos apontam que os grupos que usam a violência contrastam com muitos outros que estão se manifestando pacificamente.  Segundo a Conferência dos bispos do Chile, a imensa maioria dos Chilenos anseia por justiça e por mediadas eficazes que contribuam para superar a desigualdade. Não quer mais corrupção nem abusos, espera um tratamento digno, respeitoso e justo. “Cremos que essa maioria não apoia nem justifica ações violentas que causam dor a pessoas e famílias”, afirmou a declaração.

A dor pela profanação e os danos causados à igreja de São Francisco, patrimônio do sul do Chile e de Valdivia, foram expressos pelo monsenhor Nelson R. Huaiquimil, vigário geral da diocese chilena de Valdivia. Em uma declaração ele escreveu: “Estamos profundamente entristecidos com a destruição que sofreu o Templo de São Francisco de Valdivia, sabemos que o mais importante em cada situação são sempre as pessoas, e ali vivem cinco irmãos dehonianos, pessoas consagradas a serviço da comunidade. Estão bem, mas sentem um natural estado de impotência e dor. Dói-nos que tenham entrado no Templo e profanado o Santíssimo Sacramento, destruídas as imagens sagradas, destruídos os móveis e causado danos gerais a esta parte do patrimônio, que pertence a todos os valdivianos”.

Solidariedade à Igreja Católica no Chile

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou correspondência à Conferência Episcopal Chilena na qual expressa fraterna solidariedade com a Igreja daquele país, em razão dos violentos atos de vandalismo sofrido. No documento, a presidência da CNBB afirma que não há como aceitar a violência como solução para os problemas de uma nação. A violência desumaniza os povos, fere pessoas, destrói patrimônios e macula a história.

Leia, abaixo, a íntegra:

Brasília-DF, 20 de outubro de 2020

Exmo. Mons.
Santiago Silva Retamales,
Presidente da Conferência Episcopal do Chile

Ref: Solidariedade desde o Brasil

Estimado Mons. Santiago Silva Retamales,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através de sua presidência, vem manifestar fraterna solidariedade com a Igreja no Chile, em razão dos violentos atos de vandalismo sofridos.

Roga ao Deus da Paz que permaneça fortalecendo os irmãos bispos e demais cristãos chilenos, na missão de colaborar para que a paz social seja restabelecida. De fato, não há como aceitar a violência como solução para os problemas de uma nação. A violência desumaniza os povos, fere pessoas, destrói patrimônios e macula a história.

“Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta diminui-nos como pessoas. A violência gera mais violência, o ódio gera mais ódio e a morte, mais morte. Temos de quebrar esta corrente que aparece como inelutável”. (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 227)

Unidos na oração e na solidariedade,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

 

Fonte: CNBB


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